Depois da colonização no Brasil, a grande expansão do catolicismo foi marcada pela ação dos jesuítas nas tribos e nas populações nativas. Contudo, não podemos deixar de levar em conta que, como o Brasil sendo um lugar de encontro de várias culturas, o território brasileiro se tornou próprio para a prática de rituais religiosos e outras manifestações que iam contra os ensinamentos católicos. Muitas vezes, com a grande influência dos indígenas ou dos escravos africanos, os fiéis católicos se desviavam de seus dogmas e recorriam às outras crenças.
A primeira visita do Santo Ofício chega no Brasil no fim do século XVI desembarcando na Bahia em junho de 1591, o desembargador Heitor Furtado de Mendonça chega e recebe grande pompa entre juramentos de fidelidade das autoridades coloniais, mas com a impressão causada pelas leituras dos relatos feitos por Nóbrega sobre o Brasil e seu povo, onde “não se guarda um só mandamento de deus e muito menos os mandamentos da Igreja”. A notícia da presença do Santo Ofício aqui no Brasil deixou a população em pânico. O Brasil era uma terra sem leis tanto religiosas, quanto administrativas.
A falta de fé e de obediência certamente representava para o poder do papa uma derrota no campo da “conscientização” (alienação) e da formação de uma sociedade que deveria ser adepta aos costumes católicos, o que facilitaria a centralização do poder estatal, que estava aliado à Igreja, na reconstrução do modelo de estado português na sua colônia. Sonia Siqueira afirma que a Igreja tinha interesse em “integrar o Brasil no mundo cristão” e descobrir “onde se calcava a fé de nossos moradores”.
A população colonial era em sua grande maioria analfabeta, desregrada, sofria com a falta de mulheres brancas (Um fato curioso é que com a falta de mulheres brancas, Portugal mandava para o Brasil grande parte das prostitutas que viviam em Portugal Sim, somos realmente filhos de putas) e realmente não se tocava às sublimidades dos ensinamentos da Igreja, diversas vezes ridicularizados e muito raramente seguidos. Podemos citar como exemplo rápido a ocasião em que mesmo antes das visitas, em 1546, Pero do Campo Tourinho, donatário da capitania de Porto Seguro foi denunciado à Inquisição de Lisboa simplesmente por ter dito que em suas terras quem mandava era ele, ele seria o “papa” e deus em sua propriedade, e não deveriam ser respeitados os domingos e dias santos, pois não se poderia perder dia de trabalho. Era comum aos colonos amaldiçoarem os santos e maldizerem os sacramentos. Aos jesuítas muitas vezes era necessário afastar os nativos dos colonos, para que esses não assimilassem ou copiassem seus hábitos e vice-versa, dada à visão demoníaca que inicialmente a Igreja fez da poligamia e do antropofagismo dos índios, e do proveito que tiravam os colonos dos nativos, que viram sua cultura, seu povo e sua vida sendo acabada pelos colonos.
As práticas que eram realizadas na colônia chegaram a ser tidas como uma doutrina, o “Ultra equinoxialem non peccatur”, a ideia de que não existia pecado ao sul do equador (Isso era até um ditado da época) onde colonos e degredados viviam às fornicações, sodomia, adultérios e incestos. Esses comportamentos fizeram alguns acreditarem que o próprio nome Brasil estaria associado a essa ideia, pois a figura da brasa quente como o inferno, vermelha como a madeira, produto que daria o nome ao país teria substituído o nome inicialmente adotado de “Terra de Santa Cruz”. (O nome dado à população do Brasil é brasileiro – Diferente, por exemplo, da Holanda, que são chamados de holandeses, ou em Portugal que são os portugueses – porque sufixo ‘eiro’ é ligado a um ofício ou um trabalho. Na época da colônia, os ‘brasileiros’ eram os traficantes de pau-brasil, sim além de sermos filhos de puta, nosso nome é derivado de pessoas que faziam o tráfico na colônia).
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