Páginas

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

JESUS & ELVIS – CAPÍTULO II: O PLANO

Elvis não teve tempo para brecar Jesus, também não queria. Estava tudo arquitetado, dias atrás, Elvis que vinha investigando qualquer informação que pudesse tirar Jesus de seu caminho, acabou por descobrir as histórias contadas sobre o “santo” homem na terra. Não foi fácil, os infiltrados no planeta azul apesar de acessíveis eram mudos e analfabetos, desta forma, não tinha como telefonar ou pedir que escrevessem… Elvis deixou que Jesus saísse e lançou um pequeno sorriso aos amantes de seu sorriso, como não tinha ninguém na sala além dele, e Jesus já saíra, ninguém viu.

Mas tudo tem uma explicação lógica, ou não seriam marcianos. Há muito que Marte dividira-se em duas partes, Marte de baixo e Marte de Cima, cada uma das partes contendo um prefeito para organizar a bagunça. Além disso, existia uma linha fronteiriça onde se alojada uma pequena cabine, parecida com um pedágio, não fazendo parte de nenhuma das partes e fazendo ao mesmo tempo; vivia o Rei, o homem que tentava conciliar aquela divisão e servia como modelo para cartazes políticos, embora ninguém soubesse direito o que ele fazia. Era como o Rei De Terra Nenhuma, porque quem realmente mandava eram os prefeitos.

Dentro da cabine, tinha apenas uma pequena televisão chuviscada que pirateava transmissões vindas da terra. O Rei Marcoberto sabia que a programação de marte era mais culta, trazia mais informações, continha programas culturais e um alto padrão intelectual, mas a vida lhe ensinara tanto que viver eternamente o fez saber de tudo, logo, preferia mesmo as bundas e comédias sem sentido dos programas da Terra. Ria e não saía daquela cabine por nada, recebia adversários políticos em sua cabine e os convidava para um carteado ou horas parados ao som de “Tequila Vanilla”, cantora famosa por fazer adormecer com sua voz de veludo.

Onde tudo isso nos leva? Certamente para lugar nenhum, mas tal presidência era altamente desejada pelos dois únicos candidatos, Jesus e Elvis… Desta forma, assim que Elvis descobriu sobre o passado de Jesus na terra, embora fosse estranho demais não ter sabido disso quando vivo no mesmo planeta, tratou de contratar os cantores “No Ouvido” para cantarem diante a janela de Jesus. Jesus escutou a seguinte melodia, “Oh Querido Jesus… Louvemos teu nome, aqui és nosso Prefeito, mas na Terra já és mártir”, e foi “Pa-Pum” para que o santo resolvesse voltar à terra para descobrir que bosta era aquela de o chamarem de mártir. Claro que tal artimanha veio a calhar quando os marcianos descobriram que um meteoro chegaria na terra em poucos dias. Elvis planejara tudo direitinho. Jesus voltaria para a terra, e seria morto de novo, só que pelo meteoro.



Voltando daquele flashback estranho onde até mesmo conseguira ter as lembranças do presidente Marcoberto, Elvis deu uma rebolada, só para não perder o rebolado, e caminhou até o salão real de sua pequena mansão.

A mansão era coisinha humilde, não mentirei se falar que exatamente 100 virgens marcianas e nuas passeavam pelos corredores, eram camareiras, cozinheiras, profissionais do sexo, motoristas, intelectuais que faziam seus discursos (que não eram muito bonitas, mas eram pegáveis) e algumas tietes que se inscreviam para passar dias sentindo o vento na pele.

Elvis adentrou no corredor sombrio e esperou que estivesse sozinho, algo difícil, depois de 40 minutos conseguiu uma brecha de solidão, entortou uma cópia de um quadro muito famoso e a parede se abriu como uma porta secreta. Elvis entrou, deu mais um rebolado antes que o ambiente não reconhecesse a senha rebolativa, e um holograma surgiu espirrando pela poeira do lugar fechado onde se materializara… Era Darwin, um velho amigo.
Por: Fabrício Alves
Veja mais em: http://sociedaderacionalista.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário