Depois de anos de adoração, Jesus Cristo e toda sua família foram deserdados por um partido brasileiro. Muitos sabem que para ser um bom político é necessário, além de grande desvio de caráter, quer dizer, de verba, ser perito em matemáticas filosóficas, matemáticas anedóticas e outras matemáticas divinas… E foi assim que o Partido da Santa Copulação (PSC), percebeu que sem copulação não há família. Pois é, o sexo e a sacanagem falam mais alto que alianças afetivas, contrastando com a grande fama cristã que o partido tem. Então, transforma-se o amor em apenas mais uma das matemáticas que, adicionado às boas doses de açúcar, rezas e sexo sem camisinha, abre passagem para uma verdadeira formação familiar brasileira.
De acordo com professores altamente capacitados, formados por universidades cristãs, opa, falei altamente capacitados? Voltemos ao assunto… De acordo com tais professores, a matemática mais adequada para seguirmos com nossas vidas sem o perigo de gostarmos ou aceitarmos elementos duvidosos em nossas famílias, porque somos incompetentes para escolhermos nossos laços e certamente já está na hora de uma cartilha, é a seguinte continha:
Homem + Mulher + Amor = Família.
Na verdade, até hoje, apenas letras isoladas tinham a capacidade de participar de fórmulas matemáticas, vide X e Y, entre outras que variam, mas o dicionário, sentindo-se excluído em uma sociedade que lê cada vez menos, percebeu que em contrapartida da falta de cultura, se gastava muito mais com preocupações capitalistas e os números e contas eram aqueles que faziam parte do dia do cidadão brasileiro. Desta forma, algumas palavras resolveram saltar e foram parar em tais fórmulas, afinal, se as letras não podem vencer a matemática, pelo menos juntaram-se à elas.
Mas, tal continha simpática, no início, traz um pequeno problema: seu resultado não é matemático, mas um resultado em forma de palavra, o que deixa espaço para especulações sobre a veracidade do acerto ou, até mesmo, se a fórmula está bem construída… Logicamente, tendo em base tudo que já sabemos sobre os avanços sexuais, poderíamos afirmar que o resultado da estranha fórmula não é Família, mas Hermafrodita, afinal, Homem + Mulher, se misturássemos em um tubo de ensaio, como podemos comprovar em outras misturas de fórmulas, daria realmente um ser com estes dois aspectos. Neste caso, a palavra Amor está lá como um mimo, algo para cativar, é como uma receita de bolo, você mistura uma coisa, mais outra, acrescenta amor, e sai uma comida deliciosa. Assim, ao misturar o sexo masculino com um feminino, sairia um hermafrodita igualmente amoroso.
Este texto tem apenas o intuito de ajudar alunos despreparados que possam encontrar tal fórmula, que vem camuflada como pegadinha, nas diversas provas: ENEM, Vestibulares e Concursos Públicos.
Como sabemos, tal fórmula não foi construída para obter um resultado tão matemático quanto o que propus, foi construída para obter um resultado filosófico, e sabemos que uma filosofia deve divagar sobre aquilo que não se sabe, mas quando sabemos, a filosofia precisa se adequar a ela ou mostrar um resultado que mostre que sempre estivemos errados, o que não é o caso. Tal fórmula é realmente antiga no inconsciente do ser humano, porque sabemos que o Amor não quer dizer nada na constituição familiar. Podemos tanto amar quanto odiar nossos mais queridos chegados. Seria mais coerente dizer que “Homem + Mulher + Amor & ódio = Família”, sim, seria quase certo afirmar isso… O problema é que as famílias são muito mais que uma fórmula matemática. Há quem seja adotado e não conheça seus pais biológicos, e como um dos artifícios em defesa da família é essa bandeira desenfreada pelo sexo sem camisinha (algo que não considero nada cristão) chamado procriação, filhos adotivos estariam abandonados. Pais solteiros, mães solteiras, viúvos, crianças que são criadas pelos avôs, casais do mesmo sexo, gente independente rodeada de amigos, sejam reais ou virtuais, até mesmo um ermitão no topo da montanha mais alta que contenta-se com gelo ou árvore, dependendo do clima, que certamente considera o meio ambiente sua família. Marujos que vivem no mar com seus companheiros de trabalho. Solitários com seus animais de estimação ou plantas… Vizinhos que ainda confraternizam, até de forma exagerada, mas que não deixam de ser algum tipo doido de família. Acho que limitar a família apenas ao fator “Homem + Mulher”, além de demonstrar certa burrice matemática, algo que nem uma calculadora saberia fazer, acaba por desbancar uma das figuras históricas mais seguidas de todos os tempos: Jesus Cristo.
Pois é, todos sabemos que aquela santa mulher tinha engravidado do espírito-santo e, também, que espírito-santo nem sexo tem, que uma eterna virgindade de Maria só poderia significar ou que José não dava no couro, ou que o amor (mais categoricamente o sexo) não tinha aparecido na fórmula, logo, não são família. Vejam o exemplo:
Espirito-Santo + Maria + José = Jesus.
Primeiro que nesta equação temos uma mulher que não perde sua virgindade, o que é estranho, mas tudo bem, finjamos que alguém fez uma cesariana… Maria não fez um doce amor nem com o Espirito-Santo, nem com José e muito menos com Deus (seria heresia)… José no máximo assiste ao Ménage à Trois entre Maria + Espirito + Santo porque já sabemos que não botou um milimetro de seu membro naquela confusão. Por último e menos importante a sexualidade do Espírito-Santo não pode ser tida nem como Homem e nem como Mulher. Todos estão eliminados da equação, temos então a seguinte fórmula numérica:
0 + 0 + 0 = Jesus.
Caso ainda insistam em usar palavras para tais matemáticas, uma ideia boa seria:
Coisa + Algo + Isso ou Não = Família ou Não
Foi neste grande impasse que, se alguém ainda deseja uma fórmula para dizer o que é ou não família, acho que o melhor seria tirarmos as palavras, que mostraram-se inúteis como números, e cotarmos a possibilidade de pontuações que ainda não foram testadas:
^ + ! + . = ?
Espero que tenham gostado da aula e lembrem-se: Se tal fórmula cair em qualquer prova, prefiram NDA ou TDA
Texto de Fabricio Alves
Veja mais em: http://sociedaderacionalista.org
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